Em pleno aniversário de 197 anos de emancipação do estado, o que Sergipe teria a comemorar nesta data? É bem verdade que a unidade federativa não está isolada do restante do Brasil e, justamente por isso, também sofre severas penalidades econômicas. Entretanto, mesmo com a forte crise que atinge o país, uma coisa é certa: a necessidade de remar contra a queda livre.
“Sergipe não é uma ilha, e não podemos achar que financeiramente estamos bem, sendo que todo mundo vai mal. Contudo, isso não significa que não podemos crescer através do esforço e do trabalho. Muitas gestões se desesperam e cruzam os braços nesse momento, mas não o nosso governo. É agora que mais temos que nos esforçar”, declara o governador Jackson Barreto, diante dos desafios de gerir o estado durante a crise.
Esse esforço mencionado por Jackson pode ser dividido entre diversos planos de capacitação, investimento e financiamento, e algumas dessas principais ações estão entre a diversificação da matriz energética, o crescimento nas exportações, a criação de escolas profissionalizantes e a interiorização do desenvolvimento. Para o assessor econômico do governo, professor Ricardo Lacerda, essas são algumas das palavras-chave na estratégia da gestão estadual para recuperar a saúde financeira de Sergipe.
“A administração tem feito de tudo para trabalhar com a escassez dos recursos da melhor maneira possível. É como o governador sempre orienta a todos que fazem parte do governo: ‘não podemos ficar parados’. É preciso realizar e é isso que o governo do Estado está fazendo, também através dos convênios estabelecidos como ‘Dom Távora’, o ‘Águas de Sergipe’ e o ‘Proinveste’. Motivados por essa política, o empresariado tem buscado alternativas de crescimento, e agora é enfrentar com firmeza esses desafios, pois esse tempo difícil vai passar e a gente vai melhorar nos próximos anos, tenho certeza disso”, complementa Lacerda.
Como bem disse o assessor econômico, o setor privado também está seguindo o mesmo exemplo, grande parte motivado pelo Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI). O secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão, Rosman Pereira dos Santos, destacou que muitas empresas vêm sendo atraídas pelos incentivos do governo e que, como consequência, milhares de empregos são gerados, impulsionando assim ainda mais a economia sergipana.
“Os exemplos são muitos, como a nova fábrica de acessórios automotivos em Divina Pastora, que gerará 800 empregos diretos; e a Maricota Alimentos, de Minas Gerais, que será instalada em Itaporanga D´Ajuda, com um investindo de R$ 10 milhões e uma estimativa de gerar outras 100 novas vagas para o mercado de trabalho, isso sem considerar a mão-de obra contratada durante as implantações. Esse cenário só é possível graças ao PSDI do governo do Estado. É através dele que trabalhamos para fazer com que a nossa economia ganhe ainda mais força”, salienta Rosman.
Diante disso, talvez a resposta para a pergunta formulada no início do texto seja também o maior presente que Sergipe poderia receber nesse 8 de Julho. As dificuldades que a crise econômica trouxe fazem parte de uma amarga realidade na vida de muita gente. Porém, são justamente nos momentos mais críticos que o povo sergipano sempre encontrou forças para lutar.
Se o remédio para essa doença for nunca desistir, a certeza que permanece em quem se esforça é de que Sergipe será, sem sombra de dúvidas, um dos primeiros estados a se reerguer dessa crise. Em posse dessa esperança, nada mais justo que comemorar os bons resultados do futuro, que será fruto do que é plantado hoje por todos os cidadãos que fazem de Sergipe um exemplo a ser seguido.
Matriz energética
Um dos principais empreendimentos atraídos pelo PSDI é a Usina Termoelétrica (UTE) Porto de Sergipe I, que representa o maior investimento privado já realizado em Sergipe, orçado em R$ 5 bilhões. O empreendimento vai diversificar a matriz energética do país, que atualmente é baseada em hidrelétricas e está sujeita a apagões por conta da seca.
Com capacidade de gerar até 1.516 megawatts de energia, a usina deverá atender 15% da demanda por energia em toda região Nordeste. A Porto de Sergipe I é o primeiro projeto entre os demais previstos para o Complexo de Geração de Energia Governador Marcelo Déda, localizado na Barra dos Coqueiros, e que poderá gerar 3 mil megawatts de energia.
A previsão é que as obras durem 36 meses, gerando 1.700 empregos diretos e indiretos neste período, para estar em plena operação em janeiro de 2020.
Crescimento das exportações
No primeiro bimestre do ano, Sergipe despontou no Nordeste brasileiro como segundo estado a apresentar crescimento nas exportações do agronegócio. Segundo dados dos Ministérios da Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Agricultura e Pecuária (Mapa), o registro foi de 9,7%. A cultura mais forte foi e continua sendo a de citrus, sendo Sergipe o 4º maior produtor de laranja do Brasil. Ao todo, 14 municípios da região Centro-Sul sergipana compõem o polo produtivo.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura, Esmeraldo Leal, apesar da crise internacional do setor de citricultura, Sergipe continua batendo recorde de exportação. Além da laranja, o abacaxi também é uma fruta de destaque no setor. “Nesse sentido, Sergipe é destaque no país, principalmente no Nordeste. Um aspecto interessante de Sergipe, é que nossa produção é bem distribuída entre pequenos, médios e grandes produtores. Diferentemente de São Paulo que, por exemplo, a produção é concentrada na mão de poucas pessoas”, comentou.
Interiorização do desenvolvimento
A interiorização do desenvolvimento também tem sido uma preocupação do Governo, que promove diversas ações de incentivo, principalmente à indústria. Nos últimos cinco anos, o setor industrial sergipano cresceu e se diversificou consideravelmente. Como resultado dessa política pública, apenas entre de 2011 e 2015, 308 indústrias foram implantadas em todo estado e gerando 12 mil empregos diretos.
Como foi citado pelo secretário Rosman, o carro-chefe desse crescimento é o PSDI, pois é através dele que o governo oferece incentivos maiores para as empresas se localizarem no interior do estado, com o intuito de proporcionar a geração de empregos e levar desenvolvimento para os oito territórios sergipanos.
Entre esses exemplos de empresas que aderiram ao Programa está a indústria têxtil Sergitex, do grupo paulista Rovach – um dos principais do ramo no país -, que produz tecidos jeans no município de Estância desde o ano passado, e recebeu mais de R$ 100 milhões em sua planta industrial.
Escolas profissionalizantes
Desde 2007, o governo do Estado amplia a oferta da educação profissional. No momento, Sergipe possui 14 unidades de ensino nessa modalidade em funcionamento. A previsão é de que sejam 16 até o ano que vem. Entre reformas e construção de centros estaduais de educação profissional, o investimento ultrapassa R$ 73 milhões em recursos estaduais dos programas Sergipe Cidades e Brasil Alfabetizado.
Em março deste ano, uma nova escola profissionalizante foi entregue pelo governador Jackson Barreto em Nossa Senhora das Dores. O Centro de Educação Profissional Berila Alves de Almeida recebeu investimento na ordem de R$ 12,4 milhões e promove a profissionalização dos jovens, qualificando mão de obra em Sergipe e gerando melhores oportunidades de trabalho. A unidade de ensino tem formação no eixo de agroindústria com cursos técnicos de nível médio nas áreas de alimentos e bebidas, com capacidade para atender 500 alunos por turno.
Já em agosto do ano passado, a gestão inaugurou uma unidade escolar no conjunto Jardim, em Nossa Senhora do Socorro: a Escola Estadual Governador Seixas Dória. O investimento foi da ordem de R$ 8.449.412 e a escola oferece ensino profissionalizante na área da saúde.
O Estado também ofertou em Boquim a educação profissional no Colégio Cleonice Soares da Fonseca, que, além de ensino regular, passou a oferecer cursos técnicos em Administração e Manutenção e Suporte em Informática, e o Centro Estadual de Educação Profissional Maria Fontes de Faria (Dona Marieta), que oferece o Curso Técnico em Fruticultura. Em Carmópolis, o governo inaugurou o Centro Estadual de Educação Profissional Governador Marcelo Déda Chagas, que oferece o curso técnico em Petróleo e Gás e Técnico em Segurança do Trabalho.
No município de Neópolis, o Centro Estadual de Educação Profissional Agonalto Pacheco da Silva oferece o curso técnico em Agroindústria e Técnico em Alimentos. Na capital sergipana, o Centro de Educação Profissional José Figueiredo Barreto contempla os eixos tecnológicos de Turismo, Hospitalidade e Lazer (Técnico em Serviços de Restaurante e Bar), Gestão e Negócios (Técnico em Serviços de Condomínios), Informação e Comunicação (Técnico em Redes de Computadores). O Conservatório de Música oferece o Curso Técnico em Canto e em Instrumento Musical. O instituto de Educação Rui Barbosa oferece curso de ensino profissional de técnico em Secretaria Escolar, já o Atheneu oferece formação em Informática articulado à Educação de Jovens e Adultos.
No Alto Sertão, em Poço Redondo, o governo construiu o Centro Estadual de Educação Profissional Dom José Brandão de Castro, com recursos do programa Sergipe Cidades, que oferece os cursos técnicos em Agropecuária e Agroindústria, na forma integrada, utilizando a pedagogia da alternância. No Baixo São Francisco, em Japoatã, a Escola Família Agrícola de Ladeirinhas atua no eixo Recursos Naturais com o curso técnico em Agropecuária.
Em Itabaiana, o Colégio Murilo Braga foi ampliado e passou a oferecer curso na área de design de móveis. Já em Propriá, a Escola Joana de Freitas foi ampliada e passou a oferecer curso na área de recursos pesqueiros.
Estão em construção centros no Marcos Freire (curso técnico em Automação Industrial), Indiaroba (recursos pesqueiros) e Umbaúba (Modelagem de Vestuário). Ainda será construído um centro em Simão Dias (técnico em Enfermagem).