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MEMÓRIAS EM CAMADAS: MERCADOS, ENCANTOS E RECANTOS DO CENTRO DE ARACAJU-SE
1 de junho de 2017 - 11:51, por Claudefranklin Monteiro
Em 1979, quando o trio Vinícius Cantuária, Tomás Improta e Caetano Veloso compuseram a canção “Aracaju”, um verso em especial traduzia a essência da capital sergipana: “O melhor lugar é ser feliz”.
Nessa toada, três lugares de Aracaju se entrelaçam para expressar aquele verso: os mercados Antônio Franco, Thales Ferraz e Albano Franco. Localizados na Zona Norte de Aracaju, compõem com o antigo Colégio Nossa Senhora de Lourdes e o prédio da Associação Comercial de Sergipe, um importante extrato da vida urbana da cidade, cuja marca é a vida, em suas diferentes formas e expressões.
De volta ao tempo, é importante destacar que a ideia de mercado já estava entre as necessidades da fundação da nova capital, por Inácio Barbosa, na segunda metade do século XIX. O engenheiro Sebastião José Basílio Pirro, em 1920, seguindo o afã da modernização das cidades brasileiras de então, o projetava para onde hoje é a Praça Fausto Cardoso.
Entretanto, o Mercado Antônio Franco foi construído mais ao norte do Centro, perto da antiga região portuária, afinal, as mercadorias ainda chegavam e eram escoadas pelo Rio Sergipe. Assim, as obras foram concluídas em 1926. Aracaju dava passos largos de desenvolvimento urbanístico.
Nos anos 40, a vida em Aracaju ganhava um novo dinamismo. Era um período de guerra mundial e pós-guerra. O Antônio Franco já não dava conta de cobrir a demanda. Nesse ínterim, foi projetado e construído um segundo mercado, dedicado à memória do industrial aracajuano, Thales Ferraz. Foi inaugurado em 1948.
Quarenta anos depois, os shoppings centers invadem Aracaju: primeiro o Riomar e logo em seguida, o Jardins. Ocorreu o deslocamento natural das pessoas, lojas e produtos para a Zona Sul e o centro foi, aos poucos, se degradando, como foram também os dois mercados, tanto do ponto de vista humano, como também econômico. Reinava a bagunça e a desorganização econômica.
No final dos anos 90, os Governos de Albano Franco (Estado) e João Augusto Gama (Município) sentiram a necessidade de remodelarem o centro de Aracaju e dar a ele novo significado. A onda do turismo cultural tomava conta do mundo. Assim, a arquiteta Ana Libório foi contratada para a empreitada.
Foram necessários dois anos. No ano 2000, os dois mercados foram amplamente reformados e se somaram a um terceiro espaço: o Mercado Albano Franco. Cada um com uma função comercial específica, destaque para o Thales Ferraz que ficou com a responsabilidade social pela memória sergipana.
Três lugares, três tempos diferentes que se encontram para reavivar Aracaju, centrados que são nas pessoas, circulando, amando, brigando, negociando, agindo nos becos e em público, na rua, na praça, de dia ou de noite, no São João do povo. Enfim, na mais pura necessidade humana de ser feliz.