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Para Emília Corrêa, Edvaldo cometeu estelionato e a política de Lagarto estacionou
26 de março de 2017 - 14:59, por Marcos Peris
Portal Lagarto Notícias
Na última edição da Entrevista da Semana dedicada as mulheres, o Lagarto Notícias entrevistou a defensora pública natural de Lagarto e vereadora por Aracaju, Emília Corrêa, que na ocasião falou que o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PC do B), cometeu um estelionato eleitoral ao não cumprir as promessas de campanha, e que a política de Lagarto estacionou no tempo.
Além disso, a filha do comerciante José Corrêa Sobrinho falou sobre o evento conturbado que marcou a inauguração do Mercado de Carnes e Miúdos de Lagarto, para ela o evento apenas demonstrou a pequenez de alguns grupos em fazer política.
Ainda na Entrevista da Semana, Emília Corrêa nos contou um pouco da sua trajetória, reafirmou a importância da mulher para a sociedade como um todo e foi mais uma entrevistada que afirmou não se sentir representada politicamente em Brasília. Confira a Entrevista da Semana na íntegra:
PLN: Quem é Emília Corrêa? Qual a sua trajetória de vida, política, profissional e familiar?
Emília: Sou cristã, filha de Lagarto. Filha dos lagartenses José Corrêa Sobrinho e Orlette Corrêa. Nascida e criada na Praça Filomeno Hora. Estudante do Colégio Salete em terras papa-jaca, do Arquidiocesano (Aracaju) e da UNIT. Mãe de Rodrigo e Lara. Defensora Pública, radialista, apresentadora de TV e vereadora de Aracaju. De forma sintética é isso!
PLN: Quando surgiu o interesse pela área do Direito? O que te levou a ser Defensora Pública? O que considera ter sido o seu maior feito na Defensoria?
Emília: O Direito apareceu em minha vida de forma bem interessante. Inicialmente prestei vestibular para Odontologia na UFS e apesar de estudar muito não obtive êxito, hoje eu agradeço a Deus por isso. Ele sabe de todas as coisas. Logo em seguida passei no vestibular de Direito, após diálogos com minha mãe Orlette, que com todo seu carinho, paciência e amor, me convenceu que tinha aptidão para seguir no mundo jurídico. Visão de mãe! Não sei o que seria da minha vida se não fosse Defensora Pública, advogada. O que me levou a continuar e lutar pela instituição Defensoria Pública foi um chamado interior, desde da infância e adolescência, de fazer a defesa de quem era humilhado, injustiçado. São mais de 29 anos nessa diuturna batalha pela justiça e cumprimento das leis, e meu maior feito é manter sempre essa chama acesa, a incessante vontade de defender o próximo.
PLN: A senhora acha que o seu cargo na defensoria pública aliada a sua participação em programas televisivos de cunho jurídicos, a ajudou a ser eleita vereadora por Aracaju?
Emília: As funções desempenhadas na Defensoria Pública, rádio e televisão, na minha mente, funcionam como um belo casamento para informação do Direito às pessoas. São três décadas como defensora pública, bem como vários anos de comunicação jurídica no rádio e TV, já a política partidária só surgiu em 2012. Então, nunca imaginei, muito menos me utilizei disso para galgar algum cargo político, mas certamente essas minhas atuações e aparições pelo trabalho, com afinco e bem avaliado, surtiram efeito naturalmente nas urnas. Sinto-me muito feliz por isso.
PLN: O que a motivou a ingressar na política?
Emília: Minha motivação para entrar na política vem do meu pai, José Corrêa Sobrinho. Creio que já veio no DNA, desde do meu tio-avô José Corrêa que foi Presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe na década de 1950. Recebi diversos convites e fugi por muitos anos da política partidária apesar gostar, desde sempre, de estar junto do povo, de analisar o processo eleitoral e do clima de eleição. Porém numa conversa com o meu saudoso pai, ele me orientou a enfrentar uma nova empreitada, algo novo para mim, uma candidatura na política partidária. Porque eu já havia passado por eleições institucionais na própria Defensoria Pública quando eleita corregedora-geral, na minha candidatura a presidência da OAB/SE e no momento que concorri a vaga de Desembargadora do Tribunal de Justiça de Sergipe, chegando a compor a lista tríplice. Graças a Deus as urnas sempre me responderam de forma positiva.
PLN: Na Câmara de Vereadores, quais são os principais desafios que a parlamentar tem enfrentado?
Emília: Talvez meu maior desafio seja clamar para que as coisas verdadeiramente se realizem em prol do povo. A política deve ser feita para o povo, no entanto, na atualidade o que está ocorrendo é uma briga pela manutenção de poder, de políticos viciados, que sobrevivem dos cargos públicos que ocupam. Desse modo, o cidadão deixa de ser o foco central. Tenho lutado, com todas minhas forças e todo meu coração, para que a política seja usada para beneficiar quem realmente precisa, a população, a sociedade!
PLN: Qual a sua crítica a gestão do comunista Edvaldo Nogueira?
Emília: A maior crítica é não honrar com palavra dada a população. Ele não cumpriu com nada do que prometeu na campanha, claramente praticou um estelionato eleitoral contra o povo de Aracaju. Falou que revogaria o aumento do IPTU, mas aumentou. Disse que resolveria o problema de pagamento dos servidores e não o fez, chegando a parcelar em 12 vezes o salário de um mês do servidor público. Alegou também que resolveria tudo na largada do mandato, porém, como se vê, não saiu do lugar. Ou melhor, saiu, pois em três meses de mandato já tirou até férias.
PLN: Papa-jaca de nascença, a senhora pretende disputar algum cargo público em Lagarto? Como analisa a política lagartense? O que espera para o futuro do município que te viu nascer?
Emília: Como autêntica papa-jaca, que nasceu, cresceu, se criou nessa terra abençoada, pela qual cultivo um amor incomensurável, é sempre um sonho disputar um cargo político na minha cidade natal.
A política de Lagarto estacionou, não evoluiu, ficaram os mesmos vícios, aquela política anacrônica, obsoleta e maniqueísta de Saramandaia e Bole-bole. Apesar de surgirem jovens, novos nomes, a maioria mantém a mesma linha de pensamento, ou seja, jovens-velhos. Rogo que isso mude num futuro bem próximo, que pessoas realmente comprometidas, principalmente os jovens, venham com novas ideias e pensamentos diferentes, e verdadeiramente busquem o melhor para Lagarto. Cito como exemplo meu sobrinho, o advogado Matheus Corrêa, que sempre esteve ao lado do seu avô “Zé Corrêa” aprendendo muito. É um jovem capacitado, formado em Direito na UFS, especialista em Direito Público, o qual possui uma visão técnica, social e política aguçada, que pode fazer a diferença, quebrando paradigmas e contribuindo imensamente para melhoria da nossa querida cidade ternura. Estou atenta as movimentações, a política é muito dinâmica e pode nos levar, sim, a Lagarto. O futuro a Deus pertence. Lagarto está no meu coração e na minha mente!
PLN: Sobre as eleições de 2018, a senhora já tem algum político para apoiar? Como estão as negociações?
Emília: Sobre as Eleições de 2018 não tenho posicionamento formado em relação a apoio ou candidatura. É certo que já estão acontecendo muitas conversas direcionadas ao próximo pleito, mas no momento estou focada no meu mandato como edil da capital sergipana, deixando para tomar essas decisões em momento oportuno.
PLN: Mudando de assunto, a senhora é filha de um dos primeiros comerciantes de Lagarto, José Corrêa Sobrinho, que recentemente foi homenageado ao denominar o Mercado Municipal. Entretanto, a inauguração da obra foi um tanto quanto conturbada. Como a senhora observou aquele evento? Saiu magoada?
Emília: Foi uma das homenagens mais justas e adequadas que vi em minha vida, e não é porque ele é meu pai. José Corrêa Sobrinho e Lagarto é uma história de amor, de paixão, de família, de trabalho, de comprometimento, de vida pública, de comércio e de total dedicação. Então tem tudo a ver prestar tributo e reverência a um dos maiores comerciantes da cidade pondo seu nome num Centro Comercial, que é o nosso Mercado Municipal de Carnes e Miúdos. Fiquei muito feliz e emocionada.
PLN: Mas depois de todo aquela reboliço, a senhora saiu magoada no evento?
O evento de inauguração foi conturbado, fruto da pequenez de alguns poucos ali presentes, que representam a politicagem mais barata, não era um movimento do povo de Lagarto. Foi claro que a extrema maioria dos presentes e a esmagadora maioria dos lagartenses, observando quantidade de cumprimentos, aplausos e recados recebidos, concordaram com a bela homenagem. A todo momento imaginava o orgulho de meu pai, se ali estivesse, em ver aquele ato de reconhecimento, por tanta colaboração por nossa terra. Claro que ficamos tristes, mas a emoção e sentimentos tão puros e nobres, que tomavam conta naquele momento, não deram espaço para guardar mágoa.
A família Corrêa, só tem a agradecer a Deus, primeiramente, e ao povo de Lagarto pela honrosa homenagem.
PLN: Como a senhora tem analisado as reformas trabalhista e previdenciária proposta pelo Governo Temer?
Emília: Diariamente vemos a intenção de se fazer diversas reformas, como a trabalhista e previdenciária, onde o sobrepeso despencará sobre os mais humildes, tornando-as perversas e cruéis. Lamentavelmente, do jeito que estão sendo feitas, pois só vem causando transtornos, ansiedade e insegurança. Podemos buscar outras saídas, o diálogo deve ser amplo. Agora é a hora de cobrarmos, principalmente dos deputados federais e senadores por Sergipe que votem a favor do povo. Esse é meu posicionamento, meu chamado, minha busca e minha luta para que consigamos reverter essa situação.
PLN: Nacionalmente, a senhora se sente representada? Por quê?
Emília: Nacionalmente está muito complicado se sentir representada, inclusive visualizando os representantes sergipanos que muitas vezes andam na contramão dos interesses do nosso povo.
É um grande lamento e frustração. Apesar disso, sou otimista e tenho fé em melhorias, começando pela saída do estado de inércia da sociedade, que os cidadãos se conscientizem e ajudem a pressionar e modificar o quadro deplorável pelo qual passamos.
PLN: Para a senhora, qual a importância da mulher para a sociedade? Qual mensagem a senhora gostaria de deixar para elas?
Emília: A mulher é de uma importância extrema em todos os setores, e na vida pública e política não é diferente, me parece que ainda não acreditam nisso. É impressionante e estranho as mulheres serem a maioria no número de eleitores, na quantidade de aprovações em concursos públicos e a minoria diminuta nos cargos políticos eletivos. Como exemplo em Sergipe visualizamos as Câmaras de Vereadores de Lagarto e Aracaju que só possuem duas mulheres em cada, na Alese só são quatro dos 24 deputados e não temos nenhuma mulher como deputada federal.
Devemos acreditar que a mulher pode colocar e retirar os governantes, acreditar mais no nosso potencial, confiar numa mulher qualificada como sua representante, acreditar no poder e na força da mulher. Aquelas que se sentirem realmente preparadas e possuírem o desejo precípuo de ingressar na carreira política devem tentar, pois, quando assumem tal função além do conhecimento (inteligência intelectual), possui sensibilidade feminina (inteligência emocional), a qual faz a diferença e ajuda a mudar a realidade fática. A mulher gera vida, educa, forma caráter, é o sustentáculo da família e da sociedade; sendo do mesmo modo, competente para lutar e formar ativamente uma sociedade mais justa, devendo, sim, participar em maior número do processo político brasileiro e sergipano.