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Comandante do 7°BPM aponta as drogas como um dos maiores responsáveis por delitos na região
18 de março de 2017 - 05:57, por Marcos Peris
Portal Lagarto Notícias
Neste sábado (18), o Tenente-coronel Kleberson Pinheiro completa exatos dois anos à frente do 7° Batalhão da Polícia Militar (7°BPM). E durante o breve balanço que fez da sua gestão, o oficial apontou o tráfico de drogas como um dos maiores responsáveis por homicídios e roubos na região centro sul.
Para reforçar a sua argumentação, Pinheiro lembrou de um homicídio ocorrido em janeiro deste ano, no povoado Quilombo, zona rural de Lagarto, onde os policiais encontraram escondido dentro do carro da vítima, R$ 15 mil em dinheiro e 22 quilos de crack.
“Então você ver que por trás do homicídio tem a droga e embora eu não saiba dizer o percentual exato, posso afirmar que uma parcela considerável das vítimas de homicídio em Lagarto e região possuem antecedentes criminais ou envolvimento com as drogas”, argumentou Pinheiro.
De acordo com o comandante, o tráfico de drogas é também uma das fontes principais de cometimento de outros delitos, como os rotineiros roubos de celulares. “Quem compra celular roubado está contribuindo com a criminalidade”, acrescentou o militar.
Além disso, Kleberson Pinheiro falou que o município de Lagarto assim como os demais municípios brasileiros possuem um grande número de reincidentes devido a legislação penal, o que – segundo ele – tem de ser revisto. Segundo o militar, a fórmula do crime está baseada na combinação vontade + oportunidade + impunidade.
“A certeza da impunidade é algo que não depende dos entes federativos, mas sim da legislação. E o que percebemos aqui – que talvez seja um dos maiores desafios para se combater na segurança pública – é uma revisão na legislação penal, porque hoje compensa cometer crime. Uma vez que o marginal comete o delito, é preso, em seguida tá solto. Então esse é um grande desafio para a polícia”, defendeu o Tenente-coronel da Polícia Militar (PM).
O militar também defendeu uma revisão no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na maioridade penal, devido a crescente participação de menores de idade em atos infracionais. Mas para conter a criminalidade, Pinheiro falou que são necessárias políticas públicas de qualidade capazes de inibir a vontade e a oportunidade do indivíduo, que planeje cometer um delito. “Eu falo de escolas, praças de desporto, geração de emprego e renda. Então é uma série de fatores que se não funcionarem favorecerão o cometimento do delito”, acrescentou o PM.
Maior problema em Lagarto
Segundo o comandante do 7°BPM, o maior problema no município de Lagarto são os roubos de veículos e celulares. E que por isso, o seu batalhão vem realizando operações como a Bloqueio e ‘Sergipe Mais Seguro’. “Somente em 2017, já recuperamos 32 veículos e esperamos reaver até o final do ano cerca de 140”, ressaltou.
Sobre o roubo de celulares, o PM informou que, em parceria com a justiça, está cadastrando todas as lojas de celulares de Lagarto, para que estas sejam fiscalizadas, afim de evitar a comercialização de aparelhos roubados.
Balanço da gestão
Ao falar dos seus dois anos à frente do 7°BPM, Kleberson Pinheiro lembrou que encontrou um batalhão desmotivado e com uma sede apresentando sérios problemas estruturais. Mas ressaltou que as parcerias firmadas com a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Lagarto (CDL), órgãos públicos e membros da sociedade civil foram fundamentais para a reconstrução da PM na região.
Durante a sua gestão, em parceria com o povo lagartense: a sede do 7°BPM foi reformada, e passou a sediar a Escolinha Divinos Futebol Clube, que assiste centenas de crianças e adolescentes de comunidades carentes. Além disso, foi implantado o projeto de videomonitoramento em todas as regiões da cidade berço de Sílvio Romero.
“Acho que a nossa maior conquista foi conquistar o povo de Lagarto. O resto foi apenas consequência”, pontuou o tenente-coronel da PM.
Kleberson Pinheiro – é natural do Rio de Janeiro, onde ingressou na Polícia Militar, entidade que se dedica há 24 anos. Além disso, ele é formado em matemática pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e mentor do projeto de Polícia Comunitária em Lagarto. Além de ser, oficialmente, cidadão lagartense. “Um dia deixarei Lagarto, mas a levarei comigo pois me sinto filho desta cidade”, concluiu o militar.