Ivonete Libório: O importante é nunca desistir

5 de março de 2017 - 10:30, por Marcos Peris

Portal Lagarto Notícias

A Entrevista da Semana é com a empresária, mãe e dona de casa, Ivonete Libório, de apenas 46 anos. Ela é a primeira de muitas outras mulheres que serão entrevistadas pelo Lagarto Notícias neste mês, que é totalmente dedicado a Elas.

ivonete

Entrevistada da Semana

Durante a Entrevista da Semana, Ivonete falou dos desafios que enfrentou ao longo da sua vida, das dificuldades em lidar com a carga tributária brasileira, das alegrias e também apresentou o seu método de gerir os negócios.

Vale lembrar que Ivonete faz parte da família fundadora do bairro Libório, em Lagarto, a qual ela define como: persistente. Além disso, ela que foi obrigada a começar tudo do zero, após uma falência, se apresentou como uma mulher determinada e que não desiste tão fácil das coisas. Confira na íntegra a Entrevista da Semana:

PLN: Quem é Ivonete Libório?

Ivonete: Eu sou uma mulher determinada, que luta diariamente em busca dos seus sonhos. Eu sempre tento ter os pés no chão e como me tornei empresária, estou sempre buscando conhecimento para atender as demandas dos meus clientes.

PLN: O que fez a senhora ingressar no mundo empresarial?

Ivonete: Eu acho que as pessoas já nascem com um dom, porque desde criança eu sempre gostei de vender. Minha mãe tinha uma barraca de verduras na feira, e eu sempre estava ali com ela, sempre com aquela facilidade de manusear o comércio.

PLN: Como foi a experiência de abrir o seu primeiro negócio?

Ivonete: Eu comecei como uma vendedora autônoma, viajava para o Paraguai e de lá trazia coisas para vender aqui, até que chegou o momento em que decidi abrir uma loja, porque era mais cômodo.

PLN: E de onde surgiu a ideia da Floricultura Rosa Vermelha?

Ivonete: A floricultura surgiu depois que a minha loja de presentes, situada no centro de Lagarto, apresentou uma série de dificuldades. Porque na época meus filhos eram pequenos e eu precisava cuidar deles, então acabava deixando o comércio nas mãos de terceiros, ai acabei não tendo o retorno desejado e fechei a loja de presentes.

Mas eu tinha que procurar alguma coisa para manter o sustento da minha família, ai veio um colega em minha casa, que me ensinou a fabricar cestas de madeira, as quais eu vendia em Aracaju para outras floriculturas. A partir daí, me incentivaram a abrir a minha própria floricultura.

PLN: Como foi para a senhora, fundar outra empresa depois de ter uma loja que veio a falência? De onde a senhora tirou forças para isso?

Ivonete: Acho que as pessoas devem ter fé em Deus e nunca desistir, o importante é nunca desistir, porque eu tinha que alimentar os meus filhos e a floricultura para mim foi uma luz, que eu resolvi seguir. Na época, eu tinha passado na faculdade, mas eu tinha de escolher entre estudar e trabalhar, eu optei por trabalhar e não me arrependo.

PLN: Como é tocar um empreendimento tão delicado e ao mesmo tempo arriscado em uma cidade do interior?

Ivonete: É satisfatório, eu mesma fico realizada porque faço com amor e gosto do que faço, o que é fundamental. Em relação as vendas, no começo o mercado era um pouco fechado, mas hoje você usa flores em tudo, seja em um aniversário, casamento, brigas ou comemorações de namorados, etc. Hoje as pessoas estão com a cabeça mais aberta e o ramo de flores quebrou qualquer tipo de estereótipo, atingindo todas as classes sociais sem distinção.

PLN: A senhora é empresária, dona de casa e mãe. Como é ser tudo isso ao mesmo tempo?

Ivonete: Tem que saber distribuir as funções, na hora de ser mãe é mãe; já no comércio você tem que estar bem ligada, porque se vacilar… Então estou sempre buscando novos conhecimentos, estar sempre atenta as novas tendências, para poder oferecer uma mercadoria que satisfaça o meu público.

PLN: Qual a avaliação que a senhora faz do seu público?

Ivonete: O público está mais exigente, porque com o advento da internet as pessoas acabam sabendo um pouquinho de tudo. Portanto, elas acabam ficando mais exigentes.

Além disso, as flores hoje são usadas em aniversários, casamentos, na briga de namorado, etc. então o mercado de flores – ao meu ver – foi um dos que não teve crise, porque sempre tem um giro.

PLN: A senhora enfrentou muita resistência ao abrir a floricultura?

Ivonete: Com certeza, porque no início é muito complicado. Eu costumo dizer que: hoje você abre um comércio, ai o pessoal fecha porque ver que está vendendo bem e acha que aquele dinheiro é dele. E não é bem assim, pois aquele dinheiro é do comércio. Depois de cinco anos, quando o empreendimento tiver estabilizado, ai você poderá seguir adiante, mas antes desse período, o comerciante tem de manter os pés no chão e não dar o passo maior do que a sua perna. É muita renúncia.

PLN: Qual a sua maior alegria?

Ivonete: São meus filhos, pois eles são a minha companhia e meus parceiros de trabalho. Hoje meu mercado é gerido com a minha família.

PLN: Dizem que família e empresa não se mistura, pois a margem de falência é muito grande. A senhora concorda com essa ideia?

Ivonete: Eu acho que você tem de ter equilíbrio e diferenciar a hora de ser mãe e patroa. Até porque se eu ver um dos meus filhos fazendo alguma coisa errada, eu o chamo atenção como qualquer outro funcionário. No momento do trabalho eu sou patroa e não mãe. Aqui, quem canta de galo sou eu.

PLN: Observando o cenário político brasileiro, a senhora se sente representada?

Ivonete: Não me sinto representada, pois vivemos num país com tanta crise, tanto roubo e que quando prende, a gente nem ver a cor do dinheiro roubado. Hoje o Governo só gera imposto. Os políticos acham que os empresários são ricos e não é bem assim. O pequeno e o médio empresário pagam mais impostos do que os grandes, porque estes têm mais facilidade de roubar. Ai a gente tem de ter um jogo de cintura porque senão a mercadoria fica presa. Tudo gira em torno de imposto.

PLN: Dia 8 de março é o Dia o Internacional da Mulher. Então, se pudesse deixar uma mensagem para todas as mulheres, qual seria?

Ivonete: Que elas sempre tenham determinação e que nunca desistam dos seus sonhos, porque com fé em Deus a pessoa consegue tudo.

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