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Pinhão aparece em segundo lugar em índice de analfabetismo em Sergipe
2 de março de 2017 - 12:47, por Marcos Peris
Duzentas e setenta e três mil pessoas não sabem ler e escrever em Sergipe. É o que mostra a pesquisa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são de 2015 e mostram ainda que boa parte dos analfabetos têm idade avançada, 60 anos ou mais. São 107 mil idosos analfabetos no Estado. A taxa maior de analfabetismo está na zona rural de Sergipe, onde chega a 35,88%.
Aos 51 anos, o cozinheiro Almeida Leão de Pinto conhece bem a realidade de não saber ler e escrever. Começou a trabalhar cedo, ajudando os pais na zona rural e, por isso, as palavras que poderia ler e escrever ficaram para trás. “Meus pais não tinham condições financeiras. Tive que trabalhar muito cedo, antes dos 9 anos, para ajudar lá em casa, por isso não fui para a escola. Mas sinto muita falta dos estudos. Não saber ler e escrever faz muita falta. Talvez, se soubesse, não teria perdido tanta oportunidade. Agora, com a idade e ainda analfabeto, tudo fica mais difícil”, diz Almeida.
A boa notícia é que de dez anos para cá, houve uma diminuição no número de analfabetos no Estado. Segundo o IBGE, em 2005, a taxa de analfabetismo em Sergipe era de 18,32%, já em 2015 era de 14,21%. “Então, a tendência é que a taxa continue diminuindo”, explica o supervisor de Disseminação de Informações do IBGE em Sergipe, Vinicius Andrade, que informa que o Estado tem uma das menores taxas de analfabetismo do Nordeste, perdendo apenas para a Bahia e Pernambuco.
Mas o número de analfabetos no Estado continua alto. Para piorar, o Programa Sergipe Alfabetiza Mais (AMA), que em quatro anos pretendia alfabetizar 65 mil sergipanos, está parado há dois anos. “É um programa federal e, como não saiu a resolução, está parado desde 2014. Mas este ano volta. Já está tudo pronto, esperando apenas o Ministério da Educação (MEC) liberar. Já temos cadastrados 18 mil alunos, mas acreditamos que chegaremos a 21 mil cadastrados”, explica a chefe do Serviço de Educação de Jovens e Adultos do Estado, Aldjane Moura.
De acordo com a coordenadora pedagógica do Sergipe Alfabetiza Mais, Givelda Araújo dos Santos, as cidades sergipanas com maior índice de analfabetismo são Santa Luzia (33,3%), Pinhão (30,15%), Carira (34,82%), Brejo Grande (31,05%) e Porto da Folha (31,28%). Aracaju, segundo ela, tem 6,62%.
O programa
O Sergipe Alfabetiza Mais é coordenado pela Seed. Os cursos são modulares, com duração de oito meses, com carga horária semanal de 10 horas, totalizando 320 horas de atividades. O AMA será composto de seis eixos: Gestão Político-Administrativa; Gestão Pedagógica; Formação Iniciada e Continuada para Alfabetizadores e Coordenadores de Turma; Materiais Didáticos; Avaliação do Processo Ensino e Aprendizagem; Avaliação e Monitoramento do Programa. (JC)