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Jovem de Paripiranga encara dias em ônibus em busca de sonho
4 de janeiro de 2017 - 09:31, por Marcos Peris
Viajar 36 horas de ônibus, num roteiro de mais de 2 mil quilômetros, em busca de um sonho. Foi com esse objetivo que Vinicius Santos de Jesus saiu de Paripiranga, na Bahia, com destino a Cubatão. O garoto de 18 anos foi um dos 22 jogadores que participaram, na última segunda-feira (2), da peneira do Atlético Real Cubatense, que vai disputar a Segunda Divisão Paulista.
Um amigo do pai de Vinicius, que mora em Santos, é a base de apoio dele na Baixada Santista. “Ele levou uns três meses pra convencer o pai a deixá-lo tentar a sorte aqui. O menino é bom de bola”, garantiu o cozinheiro Paulo Santos.
Após uma conversa com a comissão técnica do Real e uma hora de jogo no campo do Vera Cruz, o volante Vinicius saiu esperançoso. “Deu pra mostrar um pouco de futebol, mas posso dar mais ainda”.
Estudante de Educação Física, ele ficará até o início de fevereiro na Cidade em busca de outras chances de mostrar que tem potencial para se profissionalizar.
Jogando na região de Sítio do Quinto, cidade do interior baiano com pouco mais de 12 mil habitantes, onde mora com os pais, Vinicius quase foi para o Vitória. “Tinha 15 anos na época, mas eles só bancavam a minha ida, não a do meu pai. Aí não deu certo”.
Hoje, Vinicius volta a campo com os outros 21 atletas para mais 60 minutos de bola, nos quais vai tentar convencer o técnico Wanderlei Marques, o Delei, que pode ser um dos 30 jogadores a compor o elenco do Real Cubatense. “Tenho que aproveitar esse tempo pra correr atrás do meu sonho”.
Se teve gente que veio de longe para tentar a sorte no mais novo time da Baixada Santista, outros, como o goleiro Matheus Dellamonica, 20, são da região. Ele disputou a quarta divisão de 2016 como reserva do Jabaquara.
Convidado por Navarro, treinador de goleiros do Real, que também trabalhou no Leão da Caneleira em 2016, Matheus acredita ser possível mostrar qualidade numa peneira. “Quem sabe jogar, sabe mostrar, dar a noção de que aguenta atuar em nível profissional”, disse o goleiro, que cursa o quarto de Educação Física e é estagiário em uma academia.
Luz no fim do túnel
Com uma prancheta na mão, Delei comandava a peleja e observava os candidatos. Ao final do teste, se mostrou otimista. “Vi luz no fim do túnel. Vi coisa boa, e é questão de tempo, treinamento, para formar um time”, avaliou o técnico, que tem 29 anos de experiência no futebol amador da região.
Com ao menos mais uma turma a ser avaliada, nos dias 9 e 10 deste mês, o Real Cubatense vai divulgar os escolhidos no início de março. Mas se tivesse que definir alguns nomes na última segunda-feira, Delei disse que daria para escalar “uns sete”. (A Tribuna)