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Felizola: ‘Não subirei em palanque que não caiba o governador Jackson Barreto nessas eleições’
7 de agosto de 2016 - 07:00, por Marcos Peris
Portal Lagarto Notícias
A Entrevista da Semana é com o presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho. Genro do vice-governador Belivaldo Chagas, Felizola fala da experiência em comandar a Companhia Estadual; aborda também sobre a política estadual, com destaque para a saída de Belivaldo do PSB e a disputa eleitoral em Simão Dias.
Portal Lagarto Notícias – Quem é o advogado José Carlos Felizola? Qual a sua trajetória de vida, política, profissional e familiar?
José Carlos Felizola Filho – Sou sergipano de Aracaju e simãodiense de coração. Tenho 34 anos, formado pela Universidade Tiradentes, pós-graduado em Direito Público e Ciências Criminais. Casado há oito anos, pai do Miguel. Sou oriundo de uma família de comerciantes e, desde muito cedo, acompanho a vida política.
PLN – Quando surgiu o interesse pela área do Direito? Qual a sua participação no mercado sergipano?
JCF – Desde a infância. Sempre gostei de debates, de discutir ideias e ideais. Por ter afinidade com história, geografia e literatura, desde cedo escolhi trilhar esse caminho. Nunca pensei em ser outra coisa senão advogado. A advocacia é um sacerdócio, especialmente quando você tem dimensão do alcance social de suas atribuições, que são imprescindíveis para o equilíbrio democrático. Hoje, por ter assumido a presidência da Cohidro, estou afastado de minhas atividades, mas o escritório que tive a honra de fundar ao lado do meu amigo de toda uma vida, Dr. Victor Paim, funciona plenamente com atuação em diversos municípios e uma carteira considerável de clientes.
PLN – Como se sabe o senhor é genro do vice-governador Belivaldo Chagas. Como avalia essa relação política e familiar com um dos homens mais influentes da política sergipana?
JCF – Convivo com Belivaldo Chagas há 13 anos e, desde o início do meu namoro com minha esposa, Priscila Felizola, temos uma relação fraternal. Nesse período já enfrentamos de um tudo. No âmbito familiar prevalece esse sentimento de fraternidade e no âmbito político, que construímos nos últimos anos, nunca admiração e profundo respeito. Belivaldo é um homem de bem!
PLN – Após vários anos filiado ao PSB, como o senhor avalia a saída de Belivaldo Chagas do partido para filiar-se ao PMDB de Jackson?
JCF – Avalio com naturalidade. Belivaldo tem suas razões políticas, amplamente divulgadas pelo mesmo.
PLN – Confirmada a filiação do vice no PMDB, o senhor acredita na possibilidade do mesmo encabeçar a chapa peemedebista em 2018?
JCF – Esse é um processo político complexo e que será comandado pelo líder maior do nosso bloco político: o governador Jackson Barreto.
PLN – No tocante a política em Simão Dias, o senhor pretendia de fato disputar a prefeitura local em 2016?
JCF – Sim. Nunca pensei em disputar uma eleição, mas desde a derrota de Zé Valadares em 2012 meu nome foi colocado na rua e, como nunca fujo de desafios, aceitei a empreitada. Nesse período, agreguei apoios dos mais variados campos políticos do município, tendo o apoio da grande maioria das lideranças populares e dos vereadores e possíveis candidatos. Tínhamos diversos nomes disputando a vaga de vice em nossa chapa. Enfim, tínhamos agregado, feito o dever de casa.
PLN – Em sua opinião, o que impediu a sua entrada na disputa? Houve um complô contrário ao seu nome? Sua permanência no PSB não facilitaria a escolha do seu nome para o pleito?
JCF – Decidi sair do PSB em 26 de julho de 2015, após a procissão em louvor a Senhora Sant’Ana, quando o senador Valadares, num jantar por ele oferecido, na minha ausência, mostrou seu desprezo por esse projeto. Então fui para o PMDB. O resultado todos sabem. A despeito de todas as lideranças populares, a família Valadares empurrou um candidato que, uma vez lançado, lamentou num grupo de WhatsApp sua escolha.
PLN – É público e notório que a relação política entre o senador Valadares e o governador Jackson Barreto não tem volta, entretanto em Simão Dias o PMDB dará suporte ao PSB nas eleições. Como explicar para população essa dubiedade de posições?
JCF – O PMDB simãodiense é presidido por um amigo e companheiro leal, o vereador Fabio Rabelo, e temos excelentes candidatos a vereador. Nesses últimos anos nos preparamos para enfrentar o PSC, não podíamos, de uma hora para outra, mudar o perfil de nossos candidatos. Esse foi o entendimento do partido, não significa que seja o meu enquanto mero eleitor.
PLN – Qual será a posição de José Carlos Felizola no pleito eleitoral de Simão Dias deste ano?
JCF – Tenho vários defeitos, muitos equívocos em minha trajetória, mas nunca pagarei pela omissão. Não vou me omitir, até porque tenho amigos que esperam esse posicionamento. Temos o desafio de fazer do PMDB um partido representativo no município de Simão Dias. Vamos fazê-lo! Quanto à disputa pela prefeitura, como membro do governo estadual, não subirei em palanque que não caiba o governador Jackson Barreto nessas ou nas próximas eleições.
PLN – Nos bastidores circula a informação de que o senhor seria candidato a deputado estadual em 2018? É verdade? Ou irá se resguardar para encarar o pleito municipal de 2020 em Simão Dias?
JCF – Posso assegurar-lhes com veemência que não serei candidato em 2018. Embora Simão Dias não tenha um representante na Alese desde 2006 quando expirou o mandato de Belivaldo Chagas, não tenho essa pretensão. Já para 2020 seria imprudente planejar uma candidatura com tanta antecedência. O futuro entrego nas mãos de Deus, que nunca me faltou.
PLN – No campo administrativo, como surgiu o convite para presidir a Cohidro no estado?
JCF – A Cohidro é um órgão de atuação relevante e com um alcance social formidável, mas tem inúmeros problemas jurídicos que precisam ser solucionados. Daí a lembrança do nosso nome, que não foi articulado pelo vice-governador Belivaldo Chagas. O governador Jackson Barreto me fez o desafio e aceitei.
PLN – Quais as dificuldades encontradas na instituição estadual e quais medidas já foram implantadas para o desenvolvimento das comunidades assistidas pela Companhia?
JCF – Sucedi na Cohidro um homem de bem, pessoa honrada e decente, o pastor Mardoqueu, mas encontrei as mesmas dificuldades que qualquer gestor atualmente tem enfrentado. A falta de recursos e o aumento da demanda de serviços é algo sufocante. É uma conta que não fecha e que, enquanto não se remodelar o pacto federativo, nunca fechará. Mas temos empreendidos esforços e montado uma boa equipe e com isso estamos aplicando os recursos que dispomos para melhor atender nossas demandas. Temos previsão de investimentos em nossos perímetros irrigados, bem como temos a implementação de diversos programas de abastecimento de água para consumo humano e animal em todas as regiões do Estado. Recentemente fui levado pelo deputado Fábio Reis para uma importante audiência com o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, onde garantimos recursos para o programa Água para Todos, o que beneficiará 40 municípios sergipanos.
PLN – Por ser filiado ao PMDB, qual avaliação o senhor faz do Governo Temer?
JCF – O Brasil atravessa uma crise monstruosa, até porque não vivemos apenas uma crise econômica, mas uma crise moral e política. O presidente Michel Temer tem sinalizado com medidas econômicas severas e escolheu um homem preparado e respeitado no mundo financeiro, o ministro da Fazenda Henrique Meireles. Mas, nós brasileiros temos que tirar lições desse período conturbado, entre essas lições está à reformulação do pacto federativo e os gastos com a máquina pública, além da necessidade de reforma na previdência social.