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HRL registra quase 1,5 mil atendimentos vítimas de quedas em 2016
29 de junho de 2016 - 08:37, por Marcos Peris
Responsáveis por um grande número de pacientes que procuram atendimento nas urgências hospitalares em todo o país, as quedas, como da própria altura, de telhados, camas, escadas, dentre outros tipos, também têm sido uma das principais causas da procura diária de muitos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) pelo Pronto Socorro do Hospital Regional Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro (HRL), em Lagarto, na região Centro-Sul de Sergipe.
De acordo com os relatórios gerenciais e de produção da unidade, somente de janeiro a maio deste ano, o número de pessoas que sofreram algum tipo de queda atendidas no HRL já chega a 1.485, representando em torno de 6% do total de pacientes assistidos no mesmo período, que foi de quase 25 mil. Em todo o ano passado, quase 3 mil pessoas vitimadas por quedas foram atendidas na urgência e emergência do HRL, gerenciado pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) e em fase de federalização, para se transformar em hospital universitário.
O total de pacientes que sofreram quedas assistidas no Hospital Regional chega a ser maior que o de vítimas de violência urbana e de trânsito no mesmo período. Em relação ao de envolvidos em acidentes motociclísticos, por exemplo, que entre janeiro e maio deste ano chega a pouco mais de 1 mil, o número de vítimas de quedas é superior em 45,8%. E atingem mais as crianças e, principalmente idosos, que geralmente são acometidos por quedas do mesmo nível.
O Hospital Regional de Lagarto, responsável por garantir cobertura assistência a uma população estimada em aproximadamente 250 mil habitantes dos municípios de Lagarto, Salgado, Poço Verde, Simão Dias, Riachão do Dantas e Tobias Barreto, é atualmente referência para atendimento ortopédico no Centro-Sul e em alguns municípios das regiões Agreste e Sul.
De acordo com o médico José Cleanes Nunes Mota, que atua no Serviço de Ortopedia do HRL desde a inauguração do hospital, em 2010, as quedas são ocasionadas por vários fatores e também provocam inúmeras consequências. “A maioria é vítima de quedas da própria altura, causadas por irregularidades nos pisos por onde trafegam, principalmente em calçadas, ruas e outros logradouros públicos”, explica.
Segundo ele, essas quedas costumam vitimar mais as crianças, pessoas acima dos 40 anos e idosos. “Mas afetam também desportistas, como aqueles que praticam futebol”, acrescenta. O ortopedista, no entanto, ressalta que os tipos de quedas mais comuns atingem todas as faixas etárias, mas algumas com maior incidência em relação a outras. “Nos idosos, há uma prevalência de quedas da cama e no banheiro”, revela.
O médico informa ainda que tanto em crianças, quanto em adultos e pacientes com idade acima dos 60 anos, as quedas, sejam da própria altura e ou outros tipos, provocam lesões e fraturas que demandam maiores cuidados e tratamento hospitalar. “Nos jovens, as fraturas atingem principalmente os membros superiores, enquanto nos idosos prevalecem dois tipos de fraturas: as de Colles (do rádio associada à ulna) e as da região do quadril (como as de fêmur), que são mais graves e geralmente demandam intervenções cirúrgicas”, esclarece.
Pesquisa
Pesquisa desenvolvida no HRL entre agosto e setembro de 2013, como temática de Dissertação de Mestrado em Ciências da Saúde no Campus/São Cristóvão da Universidade Federal de Sergipe, utilizando formulário de coleta de dados do Inquérito de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA), do Ministério da Saúde, constatou que dos 1.065 pacientes entrevistados e atendidos da unidade, pelo menos 29,4%, ou 313, haviam sofrido algum tipo de queda. De acordo ainda com a pesquisa, o tipo de queda predominante para 70,3% deles foi a de mesmo nível.
Dia de Prevenção às Quedas
24 de junho é o Dia Mundial de Prevenção de Quedas em Idosos. Levantamento do Ministério da Saúde (MS) revela que a fratura de fêmur está também entre as causas relevantes de morbidade e mortalidade dos idosos. Entre as causas externas, as quedas são responsáveis por 24% das mortes em idosos, enquanto correspondem a 6% no restante da população. Cerca de 30% das pessoas idosas sofrem quedas a cada ano. Essa taxa aumenta para 40% entre os idosos com mais de 80 anos. As mulheres tendem a cair mais que os homens até os 75 anos de idade e, a partir dessa idade, as frequências se igualam. Dos que caem, cerca de 2,5% requerem hospitalização.