Jonas Araújo: “Lagarto é uma cidade muito promissora, desde que você saiba investir”

22 de maio de 2016 - 17:39, por Marcos Peris

Portal Lagarto Notícias

Entrevistado da Semana

Entrevistado da Semana

Da série Jovens Empreendedores, a Entrevista da Semana é com o Alagoano, Jonas Araújo de apenas 27 anos de idade. Ele migrou para o município de Lagarto em busca de uma vida melhor e conseguiu.

Durante a breve entrevista, ele, que trabalha desde os sete anos de idade, nos contou um pouco da sua história, do seu empreendimento em Lagarto e de como conseguiu fazer com que o “aventureiro” criasse raízes na cidade papa-jaca.

Acompanhe na íntegra:

Lagarto Notícias: Quem é Jonas Araújo?

Jonas: Jonas Araújo é um alagoano que saiu do seu estado para buscar melhorias, investiu no estado de Sergipe e que Graças a Deus conseguiu superar suas expectativas e está muito bem no mercado.

LN: Você saiu de Alagoas com quantos anos?

Jonas: Eu saí de lá em setembro de 2013. Na época eu tinha 24 anos.

LN: E como era que estava sua situação no estado vizinho?

Jonas: Minha situação estava relativamente boa, mas eu pretendia evoluir, buscar um mercado de trabalho mais lucrativo. Eu fiz curso superior na área de licenciatura em biologia e ao passo em que eu lecionava, eu trabalhava em uma loja de peças para tratores e caminhões e foi a partir daí que eu comecei a me interessar mais pelo ramo empresarial.

LN: E justamente por isso que você escolheu investir na S-auto proteção?

Jonas: Na verdade a S-auto proteção foi uma proposta que eu não esperava. Porque, como eu trabalhava numa loja de peças, o meu interesse era colocar uma loja de alguma coisa, já que a partir do momento em que eu ingressei nessa loja, eu criei uma certa experiência naquele ramo. Aprendi como administrar, de forma geral, a empresa. Então um colega de faculdade, isso ainda no tempo em que eu estudava, me lançou a proposta de lançar a S-auto proteção, ele entrou com a experiência no ramo e eu com o meu intelecto mais administrativo.

LN: Você foi para uma área totalmente nada a ver com a sua formação superior, mas vocês escolheram Sergipe. O que foi que vocês viram neste estado?

Jonas: Existiram vários fatores para que eu pudesse investir no estado de Sergipe, entre eles: a proximidade com o estado de Alagoas – por ser próximo, facilitaria o trânsito de um estado para o outro porque minha família mora toda lá -; depois a economia sergipana, Alagoas – como a maioria dos brasileiros devem saber – tem uma economia um pouco desajustada com o PIB [Produto Interno Bruto] baixo, já Sergipe é um pouco mais desenvolvido, ou seja, tem um pouco mais de dinheiro circulando. Então seria um investimento que poderia ter uma rentabilidade melhor.

Outra questão, que eu julgo ser a mais importante, foi o fato do pioneirismo porque nos municípios onde eu queria atuar não existia uma empresa deste ramo, então nós fomos pioneiros e isso ajudou no desenvolvimento da empresa.

LN: Atualmente a empresa assiste quais cidades sergipanas?

Jonas: Atualmente, a S-auto proteção em conjunto com a Ras, que é uma empresa do mesmo grupo, possui pontos em Aracaju, Lagarto, Itabaiana, Itabaianinha e Estância.

LN: Você justificou o investimento em Sergipe, mas não falou nada sobre Lagarto. Então por que escolheu investir em Lagarto?

Jonas: Lagarto, na verdade, era a segunda opção. A primeira opção era Itabaiana porque mesmo em Alagoas, Itabaiana é muito conhecida não só por ser a capital do caminhão, mas por ser uma cidade bem falada com relação ao fluxo econômico, uma cidade extremamente comercial, então poderia ser a melhor opção para a S-auto proteção.

Contudo, quando uma pessoa tende a investir em determinada região, ela tem de estudar o seu mercado. A S-auto proteção é uma empresa que trabalha com plano de garantia, então ela tem que estudar a possibilidade de lucro e prejuízo, e a gente calculou que Itabaiana poderia trazer prejuízo porque, apesar de ser economicamente forte, o roubo rola solto, o policiamento não é tão bom, talvez tenha melhorado nos últimos meses, mas em 2013 era complicado. Então a gente passou a estudar a segunda cidade economicamente mais estável do interior, chegamos em Lagarto e aqui nós percebemos que era uma cidade com mais fazendas, com um comércio não tão forte quanto o de Itabaiana, mas que era uma cidade promissora.

LN: Quais foram as dificuldades enfrentadas ao chegar em Lagarto? Recebeu muitos nãos?

Jonas: A população lagartense é um pouco desconfiada, então levou bastante tempo para ganharmos a confiança das pessoas. Demorou em média quatro meses para termos um pequeno grupo de clientes, mas a partir do momento em que a empresa mostrou o seu trabalho, começou a pagar os veículos e a prestar serviços de qualidade, o boca–a-boca começou a rolar, então muitas e muitas pessoas começaram a vir para a S-auto proteção, inclusive aquelas que disseram não, depois disseram sim.

LN: Podemos dizer que foi o marketing boca-a-boca que fez a S-auto proteção crescer, ou foi a publicidade paga?

Jonas: Apesar da empresa investir bastante em mídia, o que é o melhor porque aquilo que é visto, é lembrado. Então facilitou bastante, a empresa trabalhou com panfletagem, trabalhou com carros de som e também alavancou com a publicidade nas tevês.

LN: A S-auto proteção é uma empresa de seguros?

Jonas: Não, não vamos confundir uma seguradora, com uma empresa de plano de garantia. A S-auto proteção funciona da seguinte forma: o cliente paga uma pequena taxa administrativa mensalmente, para que o plano dele esteja ativo, e a partir do momento em que ele necessitar de assistência por um roubo ou um acidente, ele paga uma segunda taxa, que é chamada de franquia, então a empresa imediatamente presta a assistência. Em caso de roubo, a empresa paga outro veículo ou o valor do mesmo em dinheiro e em caso de acidente, a empresa presta assistência na reconstituição do veículo.

LN: A S-auto proteção é uma franquia ou uma ideia própria?

Jonas: Esse tipo de empresa chegou em Alagoas através de um investidor pernambucano, logo o meu sócio entrou nessa outra empresa, aprendeu como era que funciona, depois saiu – visando o crescimento próprio – e colocou uma empresa própria lá em Alagoas.

LN: Qual que é a diferença da S-auto proteção para as demais empresas?

Jonas: O diferencial da S-auto proteção é o tratamento com o cliente, o cliente em primeiro lugar, assistência técnica própria, na qual o cliente pode acompanhar o desenvolvimento do conserto de sua moto. Os planos são extremamente acessíveis para a população porque hoje em dia assegurar uma moto é muito caro. A S-auto proteção oferece planos básicos com um excelente custo-benefício.

LN: Como o empresário Jonas Araújo tem trabalhado diante da difícil situação financeira do Brasil? Para não falar em crise.

Jonas: Todas as empresas passam por altos e baixos, essa não é a primeira e nem será a última crise que o Brasil está passando. Apesar de tudo existem certas coisas que influenciam para que a S-auto proteção não passe por essa crise, que é a necessidade da população de adquirir o plano.

Uma crise no país diminui a renda da população, com isso a bandidagem aumenta de certa forma, logo há mais roubos, mas ao passo em que há mais roubos, a população fica com medo de ter o prejuízo e acabam procurando a empresa mais ainda.

LN: Então a crise foi positiva para a S-auto proteção.

Jonas: De certa forma, sim. A crise nos proporcionou um crescimento, apesar de que tenha prejudicado a empresa no ponto de vista da assistência técnica porque pôr a crise estar alta e o preço do dólar aumentando, a compra de peças fez com que a empresa tivesse um pouco de prejuízo nesse setor.

LN: Você acredita que a crise é o momento ideal para o empresário se modernizar?

Jonas: Eu acredito que quando você tem um concorrente, você deve se modernizar, oferecer planos diferenciados e investir numa boa promoção que é uma boa ideia e o que estamos fazendo. O essencial é si diferenciar, seja através de modernização ou criação de propostas de estratégias para conseguir chamar o cliente.

LN: Em sua ótica, o quê que um bom empreendedor não pode deixar de ter?

Jonas: Visão. Porque para que o empresário possa ter sucesso, ele tem que visar o público dele, ele tem que ter a capacidade de enxergar os clientes que ele pode ter naquela cidade, os consumidores em potencial. Exemplo: Itabaiana é a cidade do caminhão, todo mundo investe em caminhão, então investir num negócio voltado ao caminhão dificilmente vai dar errado.

Então aqui em Lagarto, a gente calculou a quantidade de motociclistas que tinha – em torno de 20 mil motocicletas cadastradas no IBGE – então vimos que a empresa poderia investir com uma boa possibilidade de sucesso.

LN: A S-auto proteção atende motos e carros, ou somente motos?

Jonas: A S-auto proteção em si trabalha exclusivamente com motocicletas. Mas o grupo tem uma empresa associada que trabalha com carro, que é a Ras porque além de trabalhar com plano de garantia para automóveis, ela também trabalha com rastreamento.

LN: Você trabalha há quanto tempo?

Jonas: A minha história de trabalho é longa porque os meus pais são agricultores, então desde os sete anos eu trabalho.

LN: Lá, você trabalhava com o quê?

Jonas: Lá eu trabalhava com o plantio de fumo e mandioca.

LN: Qual o aprendizado que você tirou trabalhando com seus pais no campo?

Jonas: Que o campo é o centro do desenvolvimento porque sem a parte agrícola, a parte urbana não funciona.

LN: Quando você iniciou o processo de investimento na S-auto proteção, teve gente que disse “não faça isso, você vai se frustrar”? Como lidou com isso?

Jonas: Sim, a maioria das pessoas me chamava de louco. Mas eu não estava nem ai porque eu tinha dois empregos: eu ensinava, trabalhava na loja e ainda estudava a noite, ou seja, eu tinha uma vida corrida, mas ao mesmo tempo promissora. Eu tinha a minha base intelectual e minha base econômica assegurada, mas ai pensando em realmente melhorar de vida, eu larguei tudo: larguei a faculdade no último período – faltava três disciplinas para me formar -, larguei o trabalho na loja e de professor e vim com a cara e a coragem para Sergipe. Peguei todo o meu dinheiro para investir na S-auto proteção.

LN: Valeu a pena ter largado tudo?

Jonas: Valeu muito a pena. Hoje, graças a Deus, eu consegui 80% de todo o meu sonho de vida, consegui comprar o sítio que eu queria, consegui comprar o carro que eu queria, tenho a vida que eu sempre quis. Estou estável.

LN: E como as pessoas que te chamavam de louco, te chama hoje?

Jonas: Empresário. [Risadas]

LN: Jonas, o que te motiva diariamente?

Jonas: A família porque eles foram os únicos que apostaram em mim, foram eles quem disseram: “Vá, siga em frente”, principalmente, a minha mãe.

LN: Qual a sua maior alegria?

Jonas: Eu sou uma pessoa altruísta, ou seja, eu fico feliz em fazer as outras pessoas felizes.

LN: Você já desenvolveu algum projeto social?

Jonas: Ainda não porque ainda não tenho projeto algum em mente, mas sempre que alguma empresa, alguma ONG, ou alguma pessoa que cuida de algum projeto vem aqui, eu ajudo, não penso duas vezes. Ajudo como posso.

LN: Qual a sua maior tristeza?

Jonas: Eu sou uma pessoa que gosta de amigos, então do lado pessoal minha maior tristeza seria perder a confiança das pessoas que apostaram em mim e que construíram comigo uma amizade verdadeira. Do ponto de vista comercial seria machucar as pessoas que trabalham comigo. Eu moro sozinho aqui em Sergipe, e as pessoas que trabalham comigo, eu não os tenho como funcionários, eu os considero como minha família. Então a minha maior tristeza seria frustrar essas pessoas.

LN: Se você tivesse que mudar algo no mundo o que mudaria?

Jonas: As fronteiras, acho que o mundo seria melhor se fosse um único que não existisse nem fronteira religiosa, nem fronteira política. Que fosse tudo uma coisa só para que acabasse com essas misérias de guerras porque não existiria disputas políticas e nem essa briga religiosa ridícula.

LN: Para você, qual a diferença entre Sergipe e Alagoas?

Jonas: Apesar de investir no estado sergipano e achar aqui um lugar promissor, eu penso em voltar a investir no meu estado de origem e, se possível, ficar por lá mesmo. Apesar de tudo não há lugar melhor que o nosso lar, eu fui criado lá, é um estado um pouco subdesenvolvido, mas eu pretendo terminar os meus dias em Alagoas. Não há melhor lugar que a casa da gente

LN: Você sente muita saudade de lá?

Jonas: Muito. No começo era mais difícil porque eu passava mais tempo aqui, pois eu fazia o trabalho que hoje é feito por outras pessoas. Então eu tinha que ficar três quatro meses aqui, e para uma pessoa que nunca passou mais de uma semana longe de casa, foi complicado. Eu até cheguei a entrar numa pequena depressão por saudades do irmão, do pai, de mãe, mas foi com o apoio deles que consegui atravessar essa fase e hoje sempre que quero visita-los, eu vou. Tá tranquilo, tá favorável.

LN: Como é o Jonas com os amigos?

Jonas: Eu gosto de sair com os meus amigos, inclusive com os funcionários. Seja pra uma farra porque eu gosto de festa, ou até para jogar um videogame. Em todas as instancias, o Jonas gosta de uma farra.

LN: Como você lida com os seus funcionários, que são seus amigos, no ambiente de trabalho?

Jonas: Amigos, amigos… negócios à parte. Apesar de na S-auto proteção todos os funcionários serem amigos do patrão, é importante frisar a função de cada um dentro da empresa e não misturar uma coisa com a outra. Dentro da empresa, todo mundo trabalha, se dar bem, rir, sua função em primeiro lugar. Fora da empresa, ai é outra história. Fechou o expediente é todo mundo amigo.

LN: Como você avalia a sua estada no município de Lagarto? Tem alguma crítica? Porque Lagarto é uma cidade muito política.

Jonas: A primeira coisa que eu ouvi ao chegar em Lagarto foi da briga política entre Bole-bole e Saramandaia, eu não entendia essa briga, mas o pessoal começou a me explicar. Eu acho que a política é acirrada no país todo, então acaba dividindo a população.

Outro ponto que eu quero deixar a minha crítica é em relação ao lazer, acho que Lagarto precisava de uma estrutura de lazer mais desenvolvida para a população, atualmente o governo está reformando a Bica, acho que será algo que vai melhorar bastante.

LN: Algum elogio?

Jonas: A cidade é muito aconchegante, as pessoas são muito receptivas, encontrei muitos amigos e espero cultivar essa amizade até o dia em eu conviver na cidade.

LN: Qual a mensagem você gostaria de deixar para o povo de Lagarto?

Jonas: O meu muito obrigado por terem me recebido e por me proporcionarem ser a pessoa que eu sou hoje na cidade. Espero que a cidade continue se desenvolvendo e pretendo contribuir para que isso tenha continuidade.

LN: Como Lagarto contribuiu para o seu desenvolvimento enquanto pessoa?

Jonas: Eu cheguei aqui como um aventureiro e hoje tenho raízes na cidade.

LN: Tem uma frase que diz o seguinte: “Se você não se der bem em Lagarto, você não se dar bem em lugar algum”, você concorda com ela?

Jonas: Concordo porque todo mundo que eu conversava na cidade falava isso, até os próprios empresários diziam: “rapaz, se você não melhorar de vida em Lagarto, dificilmente você vai melhorar em outro lugar”, ai eu dizia: “Vamos ver, daqui há um ano ou dois eu tiro minhas conclusões”. E a minha conclusão é que eles estavam falando a verdade. Lagarto é uma cidade muito promissora, desde que você saiba investir.

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