Em festa para Aracaju, Confiança e Flamengo duelam na Copa do Brasil

16 de março de 2016 - 09:21, por Marcos Peris

O cenário de festa está armado. O jogo entre Confiança e Flamengo é também parte das comemorações do aniversário de Aracaju, que completa 161 anos nesta quinta-feira. O Estádio Batistão tem totalmente vendidos os mais de 15 mil ingressos disponíveis. Mas dentro de campo, o clima será de disputa intensa na partida desta quarta, às 21h45, que marca a estreia das duas equipes na Copa do Brasil de 2016.

Para a torcida do Confiança, o duelo contra o Flamengo, pela primeira rodada da Copa do Brasil, foi batizado de ”Jogo do Século”. O técnico Betinho optou pelo mistério e fez dois treinos fechados para a imprensa e torcedores nesta semana. O time pode ter a estreia do meia Kariri, que estava no Vila Nova-GO e foi apresentado na última segunda-feira. Um dos objetivos do time sergipano é fazer com que aconteça o jogo de volta no Rio de Janeiro para ficar com toda a renda da partida, que vai ultrapassar o valor de R$ 1 milhão. O dinheiro vai ajudar o clube a se reforçar para a disputa da Série C do Brasileirão.

Batistão será palco de Confiança e Flamengo

Batistão será palco de Confiança e Flamengo

Apita o jogo o árbitro Emerson Luiz Sobral (PE), auxiliado por Clovis Amaral da Silva (PE) e Esdras Mariano Lima de Albuquerque (AL). A partida terá transmissão da TV Globo para para RJ, ES, SE, PB, PI, MA, AM, RO, AC, RR, DF e regiões de Petrolina-PE e Santarém-PA. O SporTV 2 exibe ao vivo para todo o Brasil, e o GloboEsporte.com traz todos os detalhes do duelo em Tempo Real.

Confiança: O provável time do Confiança é: Rafael Sandes, Caique, Valdo, Eron e Izaldo; Elielton, Hamilton, Wallace Pernambucano e Everton; Leandro Kível e Danilo Bala.

Flamengo:  Sem fazer mistério, Muricy Ramalho vai manter a base que vem atuando ao longo da temporada. Ederson, que foi poupado na última rodada do Carioca, volta a ser titular. O Flamengo deve começar com a seguinte formação: Paulo Victor, Rodinei, Wallace, Juan e Jorge; Cuéllar, Willian Arão e Ederson; Marcelo Cirino, Emerson Sheik e Guerrero.

Batistão já foi palco de jogos históricos, revelou atletas e cronistas esportivos

O futebol e a imprensa sempre estiveram lado a lado nos tempos de ouro do esporte no Brasil. Em Aracaju, o rádio já trazia a maestria da narração, a crônica e a reportagem esportiva para os ouvintes que não acompanhavam a partida no estádio. O radialista e cronista esportivo, Roberto Silva, e o ex-jogador do Cotinguiba Esporte Clube, José Américo, são personagens que fizeram história no futebol sergipano durante anos, e têm a Arena Batistão, como cenário de muitas lembranças marcantes em suas carreiras.

A Arena Batistão, recém reformada com investimentos de mais R$ 25 milhões, foi palco de muitas conquistas entre os anos 1970 e 1980. Além das competições, profissionais da imprensa tiveram espaço de crescer e mostrar seu potencial na comunicação.

O radialista Roberto participou da inauguração do Batistão, em 1969, entregando jornal e viu nessa oportunidade a chance de trabalhar no rádio esportivo. Roberto apurava as informações no campo e repassava para os profissionais que trabalhavam na transmissão ao vivo.

“Sem dúvida essa passagem marcou minha carreira, porque foi a partir daí que comecei a atuar no rádio. Em 1972, como foca [profissional recém-formado] já estava entrando ao vivo, fazendo reportagem, fazendo comentários no estúdio, ou seja, foram anos dedicados ao rádio esportivo, graças a um trabalho informal de entregador de jornal”, lembra Roberto.

De acordo com Roberto Silva, o rádio esportivo em Aracaju, naquela época, começava a trilhar um caminho glorioso para a comunicação. A televisão já existia, mas não era tão forte como hoje, e o reconhecimento e audiência eram o filtro de um bom trabalho.

“Fazer futebol no rádio naquela época era fascinante e tinha mais emoção. Com o advento da televisão, começávamos a perder espaço e audiência. No entanto, era possível manter bons resultados, pois o futebol no rádio tinha mais espaço. Por exemplo, durante o dia, a programação tinha um maior aproveitamento com destaques do esporte, e claro, o futebol teria 80% do tempo estipulado pela emissora. A televisão tinha como prioridade a notícia de forma geral”, relata o radialista.

Goleada histórica

O ano 1969 marcava a inauguração do Estádio Estadual Lourival Baptista e foi na partida inaugural que estava o jovem jogador do Cotinguiba, José Américo. Ele representava a Seleção Sergipana de Futebol que jogava contra a Seleção Brasileira, que era composta por nomes como Pelé, Rivelino, Paulo César Caju e Carlos Alberto Torres.

A maior lembrança do ex-jogador José Américo no Batistão foi o fatídico 8×2, sofrido pela Seleção Sergipana naquele 9 de julho. “Toda equipe estava feliz, apesar de tantos gols sofridos, aquele jogo superou nossas expectativas. A responsabilidade era grande, mas a emoção era maior pela ocasião. Na partida, marquei o jogador Paulo César Caju, que me deu uns bons dribles”, brinca José Américo.

Américo conta que o nível técnico dos jogadores da sua época era surpreendente, mesmo não existindo a infraestrutura que o futebol dispõe atualmente. “Fazer futebol entre 60 e 70 era muito difícil. A maioria dos jogadores atuava em mais de uma função, alguns eram comerciantes e servidores públicos. Poucos conseguiam viver somente de futebol e a alternativa era ter uma segunda ocupação caso algo desse errado no esporte”, relata o ex-jogador.

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