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Feliz silêncio novo
27 de dezembro de 2015 - 22:51, por Claudefranklin Monteiro
O ano de 2015 está prestes a findar. Escolhemos essa semana para meditar sobre o que fizemos ou deixamos de fazer. É a época das retrospectivas e dos vale-a-pena ver de novo. Fica sempre aquela esperança de que no ano seguinte, tudo será diferente e melhor. De repente, todos se inebriam de um sentimento volátil, entorpecidos de falsidades e futilidades.
Seja como for, a cada ano, aprendemos, quando queremos, alguma coisa. Algo que nos torne melhores e nos proporcione a real sensação de sermos incompletos e vivos. Talvez seja isso que deva predominar no crepúsculo de cada calendário que se encerra. Aprender com os erros também está valendo. Os acertos nem sempre ensinam muita coisa. Mais apontam do que encaminham.
Nessa toada, aprendi, a duras penas, este ano, o poder e a capacidade de silenciar. Mais do que omitir, não emitir qualquer coisa que possa fazer barulho em vão. Quem me conhece, sabe do que estou dizendo, afinal, falar sempre foi o meu forte. Rebater, não ficar nada, sobretudo, insultos, sem resposta falada.
Percebi e senti na pele o quanto o silenciar é barulhento. Calar, para mim, deixou de ser consentir. Deixar de se expressar talvez seja a melhor forma de fazer barulho, inquietar e incomodar. Nunca meu silêncio teve tanta importância como meu falar nos últimos meses. Talvez devesse ouvir mais a voz do silêncio em minha vida.
A bem da verdade, talvez nem seja mesmo a ausência de palavras de que estamos tratando neste texto. Mas o desperdício de delas. Silenciar é economizar as melhores palavras. É dizer apenas o que deve ser dito sem perda de esforço, de tempo e de inteligência.
Que no ano novo, meu silencio siga sendo a melhor maneira de conjugar o verbo falar. Que meu silêncio alcance os ouvidos mais moucos e as mentes mais toscas e que se revigore nos ódios mortais, nos loucos que apregoam estórias, nos dementes que desperdiçam tintas, naqueles que destilam veneno e se entopem de falas e falas e mais falas.