Lagarto: Solenidade de entrega do Campus da UFS é marcada por manifestações

21 de dezembro de 2015 - 17:16, por Marcos Peris

Portal Lagarto Notícias

Na manhã desta segunda-feira (21), aconteceu a inauguração do Campus Lagarto da Universidade Federal Sergipe. Porém, o brilho da festa foi marcado por atos pacíficos de professores da rede municipal, técnicos administrativos da UFS e de alguns acadêmicos que reivindicaram melhorias no prédio da instituição.

A solenidade que iniciou às 10h30 contou com a presença do prefeito de Lagarto, Lila Fraga (DEM), do governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), do Ministro de Estado da Educação, Aloísio Mercadante (PT) e do Magnífico reitor da Universidade Federal de Sergipe, Ângelo Roberto Antoniolli, além do presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Newton Lima, bem como, parlamentares e docentes.

Durante a visita das autoridades, os alunos fizeram um protesto pacífico onde distribuíram panfletos que denunciavam as verdadeiras condições do campus que ali estava sendo inaugurado. Segundo o impresso, o curso de odontologia está parado, ainda há forte criminalidade dentro e no entorno do campus, além disso, o mesmo denuncia que o processo de climatização das salas de aula, laboratórios e bibliotecas está incompleto o que prejudica no rendimento do alunado, bem como, a falta do Restaurante Universitário (RESUN).

Para o estudante de Terapia ocupacional Tárcio Cunha, o campus ainda possui uma série de dificuldades, entre elas, estão a falta do Resun, a pouca quantidade de livros disponíveis.

“O campus tem uma série de dificuldades que muitas vezes ficam ocultas a sociedade, Nós não temos o Resun e, consequentemente, para se manter aqui temos que comprar quentinhas, gastando mais, para quem já tem vários gastos (…) a gente tem uma biblioteca gigante que não possui uma quantidade de livros suficientes para os alunos, então a gente se vira no PDF e na xerox o que gera mais um gasto gigante”, explicou Cunha.

Ainda segundo o estudante, existem boatos de que a rede elétrica do prédio não suporta os ar condicionados e que por isso eles permaneceram desligados. “Segundo boatos os ar- condicionados permanecerão desligados porque a rede elétrica não os suportam, devido a esse calor muita gente já passou mal”, disse.

Além dos universitários, os técnicos administrativos da UFS também se manifestaram. Eles pediam o fim da política de contingenciamento de verbas adotada pelo Governo Federal e uma melhoria estrutural para que os servidores possam trabalhar com as devidas condições de segurança.

Para Lucas Lima, presidente do sindicato dos trabalhadores da UFS (SINTUFS), a política de contingenciamento causou, somente no ano de 2015, uma demissão em massa de trabalhadores sem a reposição com trabalhadores concursados.

“Nós estamos aproveitando a presença do ministro da educação na solenidade de inauguração para que a gente possa cobrar mais recursos para as universidades. Mais precisamente o fim da política de contingenciamento de verbas que somente no ano de 2015 cortou mais de 16bi de reais da educação e isso vem repercutindo negativamente no funcionamento da universidade. Por exemplo, nós já tivemos esse ano uma demissão em massa de trabalhadores terceirizados, como os da vigilância, já tivemos aproximadamente 100 trabalhadores demitidos, ao longo do ano, sem reposição através de servidores concursados, portanto, foram posto de trabalho fechados”, explicou Lima.

Ainda segundo o presidente do SINTUFS, além da falta de materiais como papel para os departamentos, há a falta de equipamentos de proteção, responsáveis pela segurança dos técnicos que manuseiam substancias perigosas em laboratórios.

“Nós já tivemos problemas relacionados a falta de papel para os departamentos, temos problemas relacionados a falta de equipamentos de proteção individual e de proteção coletiva para os técnicos que manuseiam reagentes e produtos químicos em laboratórios, muitos, inclusive, estão expostos diariamente a ação desses reagentes, já que não possui esses equipamentos de proteção individual e a universidade alega que não tem recursos”, disse Lima.

Em âmbito municipal, os professores da rede pública municipal de Lagarto protestaram, principalmente, contra o projeto de lei que congela os salários dos docentes até o dia 31 de dezembro de 2016. Segundo os organizadores a ideia era levar as autoridades de todas as esferas a situação vivida pela classe no município.

Segundo o professor Nazon Barbosa, coordenador da sub sede centro-sul do Sintese, o prefeito Lila Fraga vem retirando vários direitos dos professores. “A gente tem sofrido bastante aqui no município de Lagarto, com relação a educação, em que o prefeito Lila assumiu o compromisso de negar todos os direitos dos professores. Nós estamos com os nossos salários congelados desde 2013, ele aprovou, de maneira arbitrária, uma lei na Câmara congelando o nosso salário até 31 de dezembro de 2016 e nós estamos nessa situação, tivemos uma forte greve, mas a justiça a declarou ilegal.”, afirmou Barbosa.

Durante a solenidade, o prefeito de Lagarto iniciou o seu discurso afirmando que a região centro sul precisava de uma universidade e concluiu: “estamos cientes das dificuldades, mas tenho certeza que com a faculdade, Lagarto vai caminhar nos trilhos certos”. Já o Magnifico Reitor da UFS, Ângelo Roberto Antoniolli, relembrou os caminhos percorridos ao lado do então presidente Lula e Governador Déda juntamente com o atual governador Jackson Barreto para construção do campus.

“Hoje, sem dúvida nenhuma, é um dia muito importante, justamente porque isso tudo aqui foi delineado através de sonhos, através de conquistas patrocinados a mais ou menos sete anos atrás, na época pelo presidente Lula e pelo saudoso governador Marcelo Déda. E nesse mesmo lugar nós começamos a pensar essa universidade e aqui estamos nós para comemorar essa obra”, relembrou Antoniolli.

O governador Jackson Barreto, ao fazer o uso da palavra saudou todos os presentes inclusive os manifestantes, compreendeu os atos ali presentes, mas afirmou que o campus não ficará pronto de uma vez, mas de forma gradual e que a inauguração “simboliza a vitória daqueles que acreditam na educação como instrumento de transformação”, além disso, o mandatário estadual utilizou o seu discurso para defender o mandato da presidente Dilma Rousseff (PT) e pediu a ministro da educação que olhasse com atenção para os campus da UFS.

O Ministro da Educação, Aloísio Mercadante, após saudar a todos os presentes, fez um apelo a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe para que a casa destinasse uma parcela do ICMS ao municípios sergipanos que se destacarem na educação e argumentou que: “foi assim que o Ceará saltou nos índices de educação”. Em seguida exaltou as políticas públicas de educação adotadas na gestão petista (Lula-Dilma), frisou que o campus Lagarto foi construído durante a gestão Dilma Rousseff: “as obras iniciaram em 2011, na gestão da presidenta Dilma”, e concluiu afirmando que espera que o Congresso Nacional discuta educação como deve ser e defendeu a democracia e o governo da presidenta Dilma.

Inauguração

Protestos

 

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