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Vazão mínima do São Francisco pode comprometer festa de Bom Jesus dos Navegantes
5 de dezembro de 2015 - 09:04, por Alexandre Fontes
Nesta semana, uma resolução da Agência Nacional de Águas, a ANA, confirma a manutenção da vazão mínima dos reservatórios de Sobradinho, BA, e Xingó, AL\SE, em 900 metros cúbicos por segundo até o dia 20 de dezembro.
O documento também indica uma nova redução, caso o período chuvoso não seja considerado suficiente para a manutenção dos reservatórios. Para além dos problemas de desabastecimento, o indicativo de uma defluência ainda menor pode impedir a realização da Festa de Bom Jesus dos Navegantes, celebrada em cidades como Propriá, em Sergipe, e Penedo, em Alagoas.
“Com essa vazão, fica impossível haver festa”, teme Maciel Oliveira, secretário executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF –, lembrando que a programação em Penedo conta com uma tradição de 135 anos.
Para o prefeito de Propriá, José Américo Lima, que falou ao Lagarto Notícias, apesar dessa possível redução, não deve haver impedimento para a procissão fluvial. “Não vai interferir, por causa do roteiro que os barcos fazem. Só pode prejudicar um pouco o momento da embarcação”, argumenta José Américo.
Além disso, ele ressalta que a festa terá menor proporção, também, em virtude dos recursos financeiros. “Ano que vem, a festa social será realizada através de uma parceria público-privada, pois a Prefeitura não tem condições de arcar”, afirma o prefeito.
A Festa do Bom Jesus dos Navegantes de Propriá é realizada no último domingo de janeiro. Só a parte religiosa compreende oito dias, começando com missa na capelinha do Bom Jesus. Já a festa social é realizada na sexta e no sábado.
Além desse agravante, que é a festa, o secretário executivo do CBHSF, Maciel Oliveira, argumenta que a possível redução na vazão causará impactos ambientais e econômicos ainda maiores para o rio.
Ele lembra que o exato período em que se projeta a vazão de 800m³/s coincide com o da piracema, ou seja, época em que os peixes sobem os rios até suas nascentes para desovar. “Nesse período, os peixes precisam de mais água. Se recebem menos, a reprodução cai muito. Será mais um problema social para os pescadores, que podem ficar praticamente sem pescar”, alerta.
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é um órgão colegiado, integrado pelo poder público, sociedade civil e empresas usuárias de água, que tem por finalidade realizar a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos da bacia, na perspectiva de proteger os seus mananciais e contribuir para o seu desenvolvimento sustentável.