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Hospital de Lagarto alerta: levar comida para doente internado é risco para saúde do paciente
27 de novembro de 2015 - 16:34, por Marcos Peris
Por Tito Lívio de Santana
Um alerta para quem tem o costume de levar um lanche ou um biscoito para um parente ou amigo internado em hospitais. Esse comportamento pode colocar em risco a saúde dos pacientes. No Hospital Regional Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro (HRL), em Lagarto, na região Centro-Sul de Sergipe, a proibição da entrada de alimentação externa para os pacientes internados é uma norma da unidade, gerenciada pela Fundação Hospitalar de Saúde (FHS).
Cada paciente tem uma dieta que é prescrita pelo médico. Com isso, entrando alimentação externa, a pessoa pode sair fora dessa prescrição que o paciente tem que comer. “Aqui no HRL, o clínico faz a evolução médica e dietética do paciente e, partir daí, é feita a abordagem pela equipe de nutrição, que pode alterar ou não a prescrição, de acordo com a evolução do quadro clínico do paciente”, explica Diogo Theodósio, Referência Técnica do Serviço de Nutrição do Hospital Regional de Lagarto.
Segundo ele, a prescrição dietética é única e a abordagem é feita a partir da patologia de cada paciente. “Se são introduzidas comidas que não aquelas fornecidas pelo hospital, como lanches, isso pode acarretar em vários riscos ou danos à saúde do paciente, como por exemplo uma crise diarréica”, ressaltou. “É o caso de um paciente diabético que de receba alimentação com açúcar e sal, como biscoitos, pipocas e cocadas. Por isso, a alimentação deve ser a fornecida exclusivamente pelo hospital”, acrescenta.
Esse tipo de orientação é reforçada pelo coordenador de Internamento do HRL, Jardel Vasconcelos. “Todos os pacientes passam por avaliação nutricional e têm a sua dieta preparada exclusivamente para o quadro clínico em que ele se encontra no momento”, ressalta. Segundo ele, isso se dá para que haja uma melhora do tratamento clínico e do acompanhamento pela equipe multiprofissional. “Quando o paciente deixa de cumprir tais recomendações e se alimenta de fontes externas, ocasiona justamente a quebra do tratamento específico, podendo mascarar e retardar o mesmo”, salienta Jardel Vasconcelos.
Refeições
No HRL, a alimentação dos pacientes internados é servida seis vezes ao dia: às 6h30 (café da manhã), às 9h (lanche matinal) e o almoço, às 11h30. À tarde, é servido lanche às 15h, o jantar, por volta das 17h30 e um novo lanche às 21h.
Além disso, acompanhantes de pacientes internados procedentes dos povoados de Lagarto e de outros municípios também têm direito às refeições diárias servidas no refeitório da unidade hospitalar. “Neste caso, o café da manhã é servido às 8h, o almoço a partir das 13h e o jantar, das 18h30”, explica Diogo Theodósio. De acordo com o nutricionista, somente para pacientes, acompanhantes e funcionários do HRL são fornecidas nos três turnos entre 120 a 140 refeições diárias.
Terapias nutricionais
Pacientes hospitalizados apresentam grandes dificuldades para manter um estado nutricional adequado. Segundo a Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral , cerca de 30% destes pacientes tornam-se desnutridos nas primeiras 48 horas de internação. Até o sétimo dia internado, esse percentual pode chegar a 45%, principalmente entre acometidos por infecções graves, traumatismos ou pacientes recém-operados.
Um dos efeitos da desnutrição é a perda de massa magra, que eleva o risco de infecção, diminui a cicatrização e aumenta o risco de mortalidade. Para evitar esse quadro, normalizar a síntese proteica, atingir o equilíbrio nitrogenado e, enfim, recuperar o estado nutricional do paciente, as equipes multidisciplinares recorrem à terapia nutricional (TN).
Na terapia nutricional, dietas para fins especiais são administradas através da boca, sonda nasal ou ostomias (estômago, intestinos), o que configura a chamada nutrição enteral (NE). Porém, quando a passagem do alimento pelo aparelho digestório não pode ser realizada, a terapia parenteral (TP/NP) apresenta-se como alternativa, utilizando a via intravenosa para administração do alimento em forma de solução especial parenteral.