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“A banda Saco de Estopa foi um momento muito marcante em minha vida”
4 de outubro de 2015 - 13:03, por Marcos Peris
A entrevista desta semana do Portal Lagarto Notícias é com o bancário aposentado, cineasta, músico, escritor e entusiasta da nossa história, Floriano Santos Fonseca.
Lagarto Notícias – Quem é Floriano Fonseca?
Floriano Fonseca – Sou um aposentado do Banco do Brasil, filho de Adalberto Fonseca, e tem uma música minha que retrata muito bem quem sou: “lagartixa vive subindo parede, descendo na rede querendo chegar, quase profeta na hora certa, atiro em badogue para não acertar”. Então a primeira estrofe da música indica isso. Eu sou tudo isso que o lagartense é. Com suas coisas boas e ruins, e se complicam se não houver.
LN – O senhor é um amante da Cultura local. O que destaca de mais importante nessa área no município de Lagarto?
FF- Veja bem, Lagarto tem uma grande dificuldade, pois se produz muita cultura, mas a própria população, as pessoas que produzem são muito reservadas. Então, hoje, temos expressão do Sarau da caixa d’água, que acontece no último sábado de cada mês, contudo, muitos jovens participantes me contam que se sentem marginalizados dentro do processo e não querem se agregar a nada que venha representar o poder político ou econômico. Mas, tenho certeza que em Lagarto se produz muita coisa boa, entretanto as pessoas não querem exposição ou não tem espaço para fazer a divulgação necessária. Temos agora em evidência o artista Lelo Araújo, que apresentou um belo trabalho durante o mês de setembro.
LN- Herdeiro intelectual do senhor Adalberto Fonseca. O senhor tem buscado manter viva a memória do seu pai? E como está fazendo?
FF – As pessoas fazem mais isso do que eu, propriamente, na verdade recebo sempre a atenção das pessoas quando falo que estou me dedicando a história, o povo diz que estou continuando com a história dele. Mas, as pessoas tem a história viva na memória, visto que o legado do meu pai é muito grande.
LN- Por muito tempo a banda Saco de Estopa fez sucesso. Quais os grandes destaques do início até o fim do grupo?
FF- Começamos em 1981, com a realização do 1º Festival Lagartense de Música Popular (FLAMP), com meu irmão mais novo, além de Zezinho, meu sócio, e Ricardo Mesquita. Na época, começamos de forma estudantil: produzindo. Foi um momento muito marcante em minha vida. Neste meio termo, fui morar no sertão da Bahia, retornei e voltamos com a banda, gravamos 4 cds, com músicas próprias do grupo. Tivemos grandes momentos juntos, como quatro apresentações no Forró Caju, apresentações no Canta Nordeste, Alagoas e São Paulo. Porém, chegou um período que tive que optar entre a família e a banda, pois já não dava mais para conciliar duas situações. Também não havia mais retorno financeiro.
LN- Quando foi à última apresentação e onde?
FF– Nos apresentamos pela última vez na Praça da Piedade, durante a Quermesse de Lagarto. Já a primeira apresentação foi no dia 20 de fevereiro de 1981.
LN- O senhor se prepara para lançar o seu primeiro livro. Como estão os preparativos para o lançamento e qual a data prevista?
FF- Coincidentemente, o livro foi para a gráfica no último dia 01de outubro, e a previsão é para 29 de outubro, realizarmos o lançamento. O evento será realizado no Rotary Club, onde teremos a apresentação de um sarau, com a participação de artistas locais. O livro é um primeiro volume de uma serie que pretendo lançar.
LN – Qual a mensagem que Floriano Fonseca deixa para aqueles que tentam manter a cultura em evidencia no município de Lagarto?
FF- Acredito que a cultura é feita de situações, dos momentos políticos. Temos um povo muito culto, porém não muito sociável. Espero que cada um faça seu trabalho, pois um dia será reconhecido.